03/12/2007

Premier League – Melhor futebol do Mundo

Á vinte e dois anos atrás o futebol inglês estava totalmente em desgraça e na miséria contaminado pela violência. O drama do estádio do Heysel, em Bruxelas, a 29 de Maio de 1985, onde 39 pessoas morreram vítimas dos excessos de hooligans que apoiavam o Liverpool, fez com que as suas equipas fossem excluídas das competições europeias durante cinco épocas. Quatro anos mais tarde, a 15 de Abril de 1989, a tragédia de Hillsborough, em Sheffield, onde 96 pessoas foram esmagadas, pareceu ter dado ao futebol inglês um golpe de misericórdia. No entanto os verdadeiros inventores do desporto rei renasceram em 1992. As bancadas de todos os estádios foram renovadas e medidas rígidas foram tomadas de modo a garantir a segurança e fazer com que as famílias pudessem voltar tranquilamente aos estádios. A instalação de lugares sentados e de câmaras, a profissionalização dos serviços de segurança, e uma série de outras mudanças originaram aquele que é considerado indiscutivelmente o melhor futebol dos dias de hoje: a Premier League.
  • Equipas extremamente competitivas


Em terras de sua majestade o expoente máximo de qualquer equipa de futebol é estar entre os 20 clubes que representam a Premier League. É um campeonato extremamente competitivo onde qualquer equipa tem plantéis fantásticos com jogadores de selecção e de valores indiscutíveis. A emoção de 1 jogo de duas equipas que lutam para não descer é exactamente a mesma que um Liverpool – Arsenal, são sempre 90 minutos de futebol espectáculo.
Tirando o recente poder do Chelsea de Mourinho que venceu 2 campeonatos consecutivos, o futebol Inglês ultimamente tem sido dominado por 2 treinadores e 2 equipas: o Arsenal do francês Arséne Wenguer e o Man. United de Alex Fergunson. No entanto, podemos verificar na tabela de vencedores que apesar de não vencer o campeonato á 17 anos, o grande monstro do futebol inglês continua a ser o Liverpool.


Liverpool - 18
Man. United - 16
Arsenal - 13
Everton - 9
Aston Villa - 7
Sunderland - 6
Newcastle e Sheffield Wednesday - 4
Leeds, Wolverhampton, Blackburn, Chelsea e Huddersfield Town - 3
Tottenham, Manchester City, Derby Country, Portsmouth, Burnley, Preston North End - 2
Ipswich Town,Sheffield Unit.,West Bromich e Nottingham Forest - 1

  • Adeptos fantásticos, estádios cheios

Costuma-se dizer que os adeptos são o 12 jogador, e de facto, um estádio cheio com milhares de pessoas apoiar faz toda a diferença na beleza do futebol. Se metermos o Paços de Ferreira – Naval a jogar no St James Park (estádio do Newcastle) completamente cheio e revestido de cores amarelas e verdes obviamente que o jogo iria ter outro espectáculo e interesse. Da mesma forma que se visse-mos o Tottenham – Manchester City a jogar no Estádio Municipal de Leiria com a sua fabulosa media de 700 espectadores que o jogo empobrecia e tornava-se muito mais medíocre.
Esse é mais um aspecto que diferencia o futebol inglês. Lá não existe 3 grandes. Lá os adeptos são todos bairristas tendo apenas uma paixão enorme pelo clube da localidade da qual residem. Lá não se juntam claques, as claques são formadas pela multidão que formam um todo, enchem os estádios e cantam do início ao fim. E vejamos o seguinte:
O Derby Country actual último classificado joga em casa contra o Aston Villa. Faltam 10 minutos para o fim e o Derby perde por 2-0, mas lá meus amigos, ninguém arreda pé do estádio e ninguém assobia os jogadores pelo resultado negativo, por lá estão todos a puxar e a torcer para que a equipa do coração consiga reduzir o resultado para 2-1. Lá chama-se Premier League e é mesmo assim…

  • Mentalidade de jogadores vs Árbitros que deixam jogar

Outro aspecto que diferencia o futebol inglês de todos os outros, mas principalmente do nosso, é a intelectualidade dos árbitros que apitam os jogos. Por vezes o futebol nacional torna-se demasiado pobre, aborrecido e desinteressante devido ás enumeras paragens que se procedem durante os 90 minutos. É incrível o número de vezes que um jogo é parado proveniente do número de faltas e não só. Obviamente que em parte isso é derivado á mentalidade dos jogadores e técnicos: enquanto que em Inglaterra os treinadores são verdadeiros estudiosos e tentam incutir um futebol espectáculo, com jogadas de bola no pé, e quando necessário lançamentos longos para explodir no contra-ataque, em Portugal preocupam-se mais com um futebol duro e de raça bem ao estilo de Jaime Pacheco, e também em fecharem-se o mais atrás possível para segurar resultados, tornando os jogos chatos, com poucos lances de perigo e um tempo útil de jogo muito modesto.
Mas os árbitros nacionais não estão isentos de culpas desta situação negativa. Talvez por temerem quaisquer comentários futuros das direcções dos clubes e principalmente da comunicação social, os árbitros nacionais são rigorosos demais. Enquanto que os gentlemen’s de Inglaterra são uns especialistas na arte do “deixa jogar”, os senhores do apito nacionais ao mínimo toque ou contacto físico parecem flechas a correr para o local e marcarem a falta muitas das vezes inexistente. São realidades futebolísticas, é assim e sempre vai ser, nós nunca vamos ter uma Premier League…

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